Manifestações relativas às várias profissões e aos sistemas de produção, troca e transformações dos produtos.
No século XVI vieram de Portugal os primeiros homens de ofícios: ferreiros, sapateiros, alfaiates, peleteiros (preparadores e vendedores de pele), pedreiros, ourives, moedeiros, tanoeiros (faz ou conserta cubas, tinas, barris, etc.), que da escassez de mão-de-obra especializada, tornaram-se uma verdadeira aristocracia técnica impondo respeito à uma sociedade recém saída da simplicidade rural. Na orla dos engenhos de açúcar cresce uma população de brancos e mestiços livres devotados a cultivos secundários e tarefas mais humildes. Essa população era constituída, na zona rural, por famílias de granjeiros e de parceiros, dedicados a lavouras comerciais, como o tabaco, ou de subsistência; os primeiros para consumo interno e exportação; os últimos para serem levados semanalmente às feiras. Meio século depois da descoberta do ouro, a região das Minas já era a mais populosa e a mais rica da colônia. A atividade mineradora propiciou a criação de uma ampla camada intermediária entre cidadãos ricos e os pobres trabalhadores das lavras. Eram artífices e músicos, muitos deles mulatos e negros, que conseguiam alcançar um padrão de vida razoável e desligar-se das tarefas de subsistência para só se dedicarem a suas especialidades. Passadas as décadas de maior recesso (1790 a 1840), surgem e se expandem novas formas de produção agro-exportadoras com o surgimento do cultivo do algodão e do tabaco e mais tarde o café, dando início a um lento processo de reaglutinação das populações caipiras em bases econômicas mercantis. Em 1816, Jean-Baptiste Debret chegou ao Rio de Janeiro, para atender aos milhares de nobres, funcionários e diplomatas vindos com a corte de D. João VI. Integrante da missão francesa contratada para fundar na sede do reino uma escola de artes, ciências e ofícios, registrou em minúcias o cotidiano de pobres e ricos de todas as etnias e descreveu os diversos ofícios da época. |