VIDA SOCIAL: A Morte
Um Fato
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De todos os fatos da vida, a morte é o mais certo. Apesar disso, a perda de uma pessoa querida sempre nos surpreende como uma catástrofe injusta e irremediável.

Cada sociedade possui padrões de comportamento bem definidos para os momentos de luto, geralmente associados a crenças mágicas ou religiosas sobre a morte.
Os cristãos encontram consolo na certeza de que a alma dos mortos continua a existir, unindo-se para sempre a Deus. A prece dos vivos beneficia a alma que partiu e a ajuda ascender ao céu. Antes do enterro, reza-se uma missa de réquiem, para que o defunto encontre paz e repouso eterno.
Talvez os costumes dos judeus ortodoxos por ocasião da morte sejam mais severos do que os de qualquer outra religião. Durante a shiva, que é observada por sete dias, cobrem-se todos os espelhos da casa do morto, para que a alma de seus parentes não se reflita nos espelhos e seus pensamentos possam voltar-se para dentro. Exige-se dos homens que cubram a cabeça, e as mulheres usam chinelas de pano. Durante a cerimônia fúnebre, rasgam-se as vestes dos parentes mais próximos do morto. A família do defunto senta-se em bancos baixos, de madeira, e os amigos em cadeiras mais altas.

A fé religiosa e, principalmente, a crença na possibilidade de uma outra vida depois da morte podem condicionar, até certo ponto, a reação da pessoa enlutada. Provavelmente, a idéia de que a separação do ente querido é apenas temporária, e de que existe sempre a possibilidade de tornar a encontrá-lo um dia, serve de consolo para o crente. È de se esperar que, para ele, o luto seja mais suportável do que para quem acredita que a perda e a separação são definitivas.

No mundo moderno, entretanto, a idéia de uma vida depois da morte nem sempre é aceita com grande convicção. A dúvida talvez seja o ponto em que todos estão de acordo. Quando nem a religião nem a filosofia oferecem consolo, a solidariedade dos amigos e da família, a simpatia da sociedade são o único alívio para a dor e para o pesar.

É época do luto, dos cantos fúnebres e das orações. É tempo de solidariedade e, sobretudo, da fé na outra vida, que a muitos consola.

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Os homens choram seus mortos in Livro da Vida, Vol 2 - São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1974.
Gifs animados da Animationfactory (ver conexões)
Mapagif: AJZ
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