Umbanda
Denominação dada a cultos e práticas religiosas resultantes do sincretismo de elementos dos cultos afro-brasileiros, do espiritismo, do catolicismo e do ocultismo, surgidas nas primeiras décadas do século XX no Rio de Janeiro, de onde se irradiaram para o país inteiro.

Existem várias correntes de umbanda; algumas estão mais próximas do espiritismo Kardecista, outras do candomblé e outras, da magia negra, como a quimbanda, também chamada “umbanda da linha negra”. A umbanda apresenta-se, ainda, sob as formas popular e esotérica, ou cabalística, esta última com complexa doutrina de inspiração ocultista.
São cultuados os mesmos orixás do candomblé ou apenas alguns deles, e também os caboclos (espíritos de índios feiticeiros), pretos velhos (espíritos de escravos) e outros espíritos de mortos.
Existem sete linhas, ou faixas de vibração, chefiadas por orixás e subdivididas em diversas falanges, que agrupam espíritos com funções afins.
Assim, na linha de Oxóssi, por exemplo, estão as falanges de araribóia, dos Tamoios (chefiada pelo índio Grajaúna), dos Guaranis (chefiada pelo índio Araúna), da Cabocla Jurema e outras; os  espíritos destas falanges protegem contra magia negra e ensinam o uso das plantas medicinais.
Na linha do Oriente estão as falanges dos hindus, dos árabes, dos japoneses, chineses e mongóis, dos egípcios, dos gauleses, dos romanos, etc., formadas por espíritos que encarnaram nesses povos e que ensinam ciências ocultas e praticam caridade.
Na linha de Iemanjá estão as falanges das sereias, das ondinas, das caboclas do mar, das caboclas do rio etc.; protegem as águas, os marinheiros e as mulheres.
Na linha de Xangô e na de Oxalá, as falanges são formadas por espíritos que protegem contra magia negra.
Na linha africana estão as falanges do povo da Costa, do povo do Congo, do povo de Angola, do povo de Luanda, do povo da Guiné e de outros povos, responsáveis por trabalhos de magia branca e contra magia.
Nos cultos e cerimônias, ocorrem incorporações (ou possessão do médium por um espírito), oferendas de comidas, bebidas, velas, flores e outros em templos, praias, rios, etc. Os sacrifícios de animais são menos freqüentes que no candomblé e, em algumas correntes, foram abolidas.



Sociedade e Cultura – Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo: Nova Cultural, 1995.
 
 
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