Darcy Ribeiro
 
Antropólogo, ensaísta, romancista e político. Darcy Ribeiro nasceu em Monte Claros, MG, a 26 de janeiro de 1922 e faleceu em 17 de fevereiro de 1997. Completou o curso superior na Escola de Sociologia e Política de São paulo, no ano de 1946. Trabalhou como etnólogo no Serviço de Proteção ao Índio, e, em 1953, fundou o Museu do Índio. Foi professor de etnologia e lingüística tupi na Faculdade Nacional de Filosofia e dirigiu setores de pesquisas sociais do Centro de Pesquisas Educacionais e da Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, além de ocupar, no biênio 1959/1961, o cargo de presidente da Associação Brasileira de Antropologia.
Foto de Bob Wolfenson
Seus primeiros livros voltam-se para a abordagem de aspectos da cultura indígena, com pesquisas de campo entre os carajás, cadiuéus, bororos, terenas, cainganges, camaiurás, urubus-caapor, etc. Em 1950, recebe o prêmio Fábio Prado com o estudo "Religião e mitologia cadiuéu". A esse trabalho, seguem-se "Línguas e culturas indígenas do Brasil" (1957), "Arte plumária dos índios caapor" (1957, em colaboração com sua mulher, Berta Ribeiro), "A política indigenista brasileira" (1962).
Em 1961, torna-se ministro da Educação e Cultura do governo João Goulart. Um dos criadores da Universidade Nacional de Brasília e seu primeiro reitor (1962/1963), exerceu a chefia da Casa Civil da presidência da República entre 1963 e 1964, quando teve seus direitos cassados pelo regime militar. Por essa época, refugiou-se no Uruguai e viveu no exilío durante mais de dez anos. Ocupa a cadeira de antropologia da Universidade de Montevidéu e é condecorado com o  título de doutor honoris causa. Ensina também em Santiago do Chile e, mais tarde, coordena as universidades da Venezuela e de Argel. Em 1982, é eleito vice-governador do Estado do Rio de Janeiro (na gestão de Leonel Brizola 1983-1987), cargo que acumula com o de secretário da Educação e Cultura. Em 1987, foi secretário extraordinário de Desenvolvimento Social do Governo de Minas Gerais, cargo a que renunciou no mês de setembro do mesmo ano.
A sua produção antropológica distingue-se pelo enfoque inovador e pela visão crítica dos nossos problemas sociais e culturais. Esse é o caso de "O processo civilizatório" (1968), "As Américas e a civilização" (1970), "Teoria do Brasil" (1972) e também da sua abordagem da questão universitária em "A universidade necessária" (1970). Em 1977, estréia como romancista. "Maíra" conquista a admiração entusiasmada da crítica, com sua angulação poética e realista do universo indígena. "O Mulo" (romance de 1981) desvenda com toda a crueza e brutalidade da classe dominante na zona rural brasileira. "Utopia selvagem" (1982), "Migo" (1988) e em 1995 "O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil".
Darcy Ribeiro faleceu em 17 de fevereiro de 1997. No seu último ano de vida, dedicou-se especialmente a organizar a Universidade Aberta do Brasil, com cursos de educação a distância, para funcionar a partir de 1997, e a Escola Normal Superior, para a formação de professores de 1º grau. Organizou a Fundação Darcy Ribeiro, instituída por ele em janeiro de 1996, com sede própria, localizada em sua antiga residência em Copacabana, com o objetivo de manter sua obra viva e elaborar projetos nas áreas educacional e cultural. Um de seus últimos projetos lançado publicamente, foi o Projeto Caboclo, destinado ao povo da floresta amazônica.

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Mapagif: montagem de Angelo João Zucconi

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