IJSIS
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Durante a guerra, o presidente Rooselvelt visita Natal (RN) com Vargas (atrás)
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“Tratava-se de jogo de competência política, entre sorrisos e charutos. São dois profissionais do poder. O presidente estadunidense agradece o fato de o Brasil ter permitido aos Estados Unidos implantarem, desde 1942, bases militares em nosso litoral norte, que seriam a ponte para seus aviões se reabastecerem na invasão do norte da África. Roosevelt queria espaço para mais bases e maior movimentação. Estava claro, sem ninguém ter afirmado, que se tivéssemos negado as bases – que também se estabeleceram em Belém, Fortaleza, São Luís, Natal, Recife e outras cidades – os estadunidenses as teriam tomado à força. Eram essenciais porque os aviões, na época, não dispunham de autonomia para voar dos Estados Unidos à África sem reabastecimento.
Aquela boa vontade brasileira, forçada ou não, tinha o seu preço, Roosevelt bem sabia. Há décadas que o Brasil, como qualquer outra nação subdesenvolvida do Hemisfério Sul, ansiava por dispor de uma usina siderúrgica, naqueles idos uma das chaves para o desenvolvimento e a afirmação da soberania. O aço era a porta para o progresso. As nações ricas, por um acordo não escrito, negavam-se a repassar a tecnologia siderúrgica, preferindo ter-nos como meros exportadores de minério de ferro e consumidores do aço que produziam.
Quando Getúlio vai tocar no assunto, Roosevelt, que já sabia, antecipa-se e promete que em menos de três meses o governo brasileiro receberia, desmontada, uma usina siderúrgica. O pacto estava selado, as bases militares estadunidenses aumentaram de tamanho e de número e a siderúrgica chegou mesmo, constituindo-se num marco do desenvolvimento brasileiro, instalada em Volta Redonda.
Depois de dois dias de conversas e banquetes na capital do Rio Grande do Norte, despedem-se os dois presidentes.” (1)
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Construção da Companhia Siderúrgica Nacional nos anos 40
(Arquivo do Estado de São Paulo/Fundo Última Hora)
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